terça-feira, 6 de maio de 2008

PANGEA DAY - 10 DE MAIO DE 2008

Pessoal
há um acontecimento muito legal programado para o dia 10 de maio (próximo sábado) que pretende unir o mundo através do cinema: o Dia Pangea

24 filmes (curta-metragens), produzidos no mundo inteiro sobre o mundo, serão transmitidos ao vivo (em evento aberto ao público) a partir de 6 localidades: Cairo, Kigali, Londres, Los Angeles, Bombaim, e Rio de Janeiro.

No Brasil, os filmes serão transmitidos das 15h às 19h, pelo canal Multishow ou pelo site do "Dia Pangea", que segue abaixo... Durante 4 horas, 24 curtas serão exibidos! A lista dos filmes também podem ser conferidos no site...

Site do "Dia Pangea" traduzido pelo google:
http://64.233.179.104/translate_c?hl=pt-BR&langpair=en%7Cpt&u=http://www.pangeaday.org/eventGuide.php

O site original, em inglês:
http://www.pangeaday.org
http://www.pangeaday.org/?vid=1 (com legenda em portugues)


What is Pangea Day?

Pangea Day taps the power of film to strengthen tolerance and compassion while uniting millions of people to build a better future.

In a world where people are often divided by borders, difference, and conflict, it's easy to lose sight of what we all have in common. Pangea Day seeks to overcome that — to help people see themselves in others — through the power of film.

On May 10, 2008 — Pangea Day — sites in Cairo, Kigali, London, Los Angeles, Mumbai, and Rio de Janeiro will be linked live to produce a program of powerful films, visionary speakers, and uplifting music.

The program will be broadcast live to the world through the Internet, television, digital cinemas, and mobile phones.

Of course, movies alone can't change the world. But the people who watch them can. So following May 10, 2008, Pangea Day organizers will facilitate community-building activities around the world by connecting inspired viewers with numerous organizations that are already doing groundbreaking work.

veja mais no site:

http://www.pangeaday.org/trailer.php

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

EVIDÊNCIA & ARGUMENTAÇÃO


Este post tratará do que entendo como evidência e argumentação a partir do filme 12 HOMENS E UMA SENTENÇA.

Antes de iniciar, registro ter: adorado assisitir este filme e considerado esta, uma das principais e mais belas atividades desenvolvidas até o momento no ESPEAD.

Após assistir o filme "Doze homens e uma sentença" conforme proposto pelo Curso, ficou muito claro para mim que uma evidência (ou um fato) pode sofrer desvios de todas as ordens devido não apenas aos interesses em jogo (de alguns, muito comumente do grupo que domina os demais) mas também por outras questões, de ordem psicológica (não menos comuns, de pessoas que possuem algum tipo de problema pessoal ou emocional não bem resolvido e desejam/precisam chamar a atenção das pessoas para si. Estes são casos apresentados no filme.

De um lado não havia o interesse por parte dos advogados e juizes em analisar/interpretar/discutir as "evidências" apresentadas que condenavam o réu - justamente por se tratar de um mero menino pobre e delinqüente, que não lhes atrairia fama alguma.

De outro, temos os vizinhos, pessoas comuns, que testemunharam no caso:
comecemos com o vizinho, um senhor de meia idade com problemas na perna. Apesar de seu problema físico, afirmava ter ido do seu quarto até a porta de entrada de sua casa em menos de 15 segundos, quando na verdade ninguém poderia fazê-lo em menos de 40 seg dadas as suas limitações..
O segundo exemplo é o da vizinha, que morava em frente e que afirmava ter visto claramente a cena do crime da janela de seu quarto. Pois bem, se o que ela diz é verdade, que estava deitada.. e sem sono quando ouviu barulhos e olhou para a rua pela janela de seu quarto que ficava bem ao lado de sua cama, quando viu/presenciou claramente a cena do crime, temos que um olhar mais observador identificou que ela usava oculos - e que estando deitada, em sua cama, sem necessitar levantar-se para espiar pela janela, nao poderia ter enxergado a cena que afirmava ter visto claramente, pois, com certeza, estaria sem seus oculos.

Assim, vemos que pessoas comuns, ainda que sem interesses explícitos por um desfecho ou outro, podem (e frequentemente o fazem) mentir/fantasiar/inventar histórias a cerca de fatos /evidências devido a razões ou problemas de ordem emocional, psíquica, espiritual, etc.!

A baixa auto-estima do vizinho, como bem observou e documentou/comprovou um dos membros do júri, a vaidade da vizinha, mulher de meia-idade que comparecera ao julgamento sem usar seus oculos, muito provavelmente por nunca usa-los em público.. acabam criando uma versao falsa dos fatos e alterando as evidencias..

Quando o protagonista do filme começa a refletir/questionar/socializar suas idéias a respeito das evidências apresentadas, que condenavam o réu à morte, e induz alguns outros a também pensarem.. questionarem.. isso, por uma questão de humanidade, de consciência, enfim, aspectos pouco comuns de se encontrar nas pessoas, mas que ainda existem, passamos a ver que a argumentação dada anteriormente não conferia às evidências a coerência ou a credibilidade mínima necessária para que se pudesse mandar alguém para a morte.

Tal situação inicial (em que todos, com exceção de uma pessoa) estavam de acordo quanto a condenarem o réu sem questionarem-se e debaterem o caso, por nao quererem 'perder tempo' com aquela atividade ou exercício de cidadania (como bem lembrou um dos personagens) pode ser vista e vivenciada em muitas outras situações de nosso dia-a-dia. Infelizmente parece que produzimos seres amorfos, que nao mais pensam, posicionam-se ou criticam qualquer coisa que seja.. No filme, tínhamos personagens com estas características, personagens que eram profissionais de alto escalão, de status inferior, mas com grandes posses financeiras, trabalhadores sem profissão, talvez, profissionais bem sucedidos e jovens, aposentados, enfim..
pessoas com alguma instrução, e nem por isso, menos assujeitadas e corrompidas.

O problema ou a complicação da história se dá quando um dos personagens decide reavaliar o caso no grupo, solicitando aos demais que lhe apresentassem as evidências que os havia impulsionado a voltar (quase que por unanimidade) na condenação do réu.

A conseqüência ou o desenvolvimento é uma série de reconstruções de raciocínio, refutamento das evidências iniciais e tomada de consciência dos demais personagens que aos poucos começam a perceber que as evidências que quase os fizerem condenar um homem à morte, não eram tão satisfatórias e concretas assim.

A solução ou o clímax da história se dá quando praticamente todo o grupo já está convencido de que o réu é inocente e convence um personagem a inocentá-lo também.

O desenlace ou a situação final é o veredito de inocente.

Concluindo..
Acho que a situação inicial é comum em nosso dia-a-dia (pessoas sem querer pensar), o que nao é nada comum é a ocorrência de uma complicação ou problema - que obriga as pessoas a desacomodarem-se!
São muitas as pessoas possuidoras de ética e moral, senao a maioria, que se cala ao invés de "comprar mais brigas". Em uma sala de aula comentamos: são uns 3 ou 4 que incomodam... e incomodam mesmo os outros 20 da turma! e nós, o que fazemos? nos abstemos, abrimos mão de nossos direitos, aceitamos calados os abusos de todas as ordens dos quais somos acometidos quase que diariamente, a escola, na faculdade, no emprego, no restaurante..

Penso que seria maravilhoso se nos inspirássemos pra valer no protagonista deste filme, vivido por Henry Fonda, e começássemos a problematizar mais as coisas.. a sonhar novamente com um mundo mais solidário. Ótimo filme, linda mensagem e.. muitas aprendizagens, dentre elas destaco alguns temas que fiquei pensando:
  • Persistência e persuasão fazem com que cada um reveja a sua decisão, passando a emergir no grupo os aspectos individuais.
  • Ao mudar a decisão, cada um terá, evidentemente, que rever conceitos e vai querer que sua decisão seja respeitada. Nesse processo, é inevitável que as características da personalidade de cada um comecem a aflorar, surgindo, então, os conflitos e as emoções que exercem influência no comportamento das pessoas, bem como as variáveis que normalmente permeiam as relações dentro de um grupo altamente diferenciado.
  • Clima claustrofóbico implica que sempre trabalhamos sob pressão e que somos obrigados, a todo o momento, a provar quem somos e o que fazemos.
  • Fatores críticos envolvidos no processo decisório, evidenciado como as pessoas trazem para o grupo e para a tomada de decisão seus padrões, condicionamentos e história de vida, evidenciando as diferenças individuais que levam as pessoas a, na análise de um mesmo fato, visualizar ângulos e verdades diferentes, e finalmente analisando a capacidade e as características do processo de negociação.
Como é importante atividades como esta que nos permite refletir o processo do comportamento humano. 12 HOMENS E UMA SENTENÇA é, além de um profundo filme de denúncia, uma das mais perfeitas formas de mostrar como as pessoas trazem para o grupo, bem como para as tomadas de decisão, seus valores, condicionamentos e padrões de vida.